O Benjamin Button do futebol


Postado por Luan Nolasco ás 00:00

Em 29 de novembro de 1987, Alex Ferguson deu seus passos mais importantes. Acompanhado pelo olheiro Joe Brown, o manager foi à casa do garoto Ryan Wilson, que completava 14 anos exatamente naquele dia. Ryan frequentava a escola de base do Manchester City, mas Ferguson conseguiu persuadi-lo. O adolescente galês se juntou ao United com o compromisso de que se tornaria profissional em três anos, quando já teria adotado o sobrenome de solteira da mãe: Giggs.
Uma geração depois, a visita ainda faz efeito. Ele deu todas as assistências para os três gols queeliminaram o Chelsea da Champions League. Adefinição do jornalista Ben Smith, do britânicoThe Times, é muito pertinente. À medida que Benjamin Button rejuvenesce, Giggs se reinventa, ajuda Ferguson onde ele precisa e, aos 37 anos, solidifica seu lugar entre os grandes do futebol europeu em todos os tempos.
Nascido winger, Giggs não dispara pela esquerda como nos anos 90. Hoje, ele é fundamental de outro jeito. Se há um setor em que o Manchester United leva desvantagem em relação a clubes equivalentes na Inglaterra, este é a meia central. Embora tenha se recuperado no confronto contra o Chelsea, Carrick faz temporada fraca. Gibson não se revelou uma opção confiável. Scholes teve um agosto sublime, mas caiu demais. Fletcher e Anderson sofrem com lesões. Por ora, o playmaker que Ferguson vê em Sneijder é Giggs.
Como meia central, Giggs assume novos compromissos defensivos, mas se movimenta muito com a bola. Prova disso é que as três assistências partiram, nesta ordem, da esquerda, da direita e do centro. O galês tem sido fantástico em horas cruciais, encontrando espaços e tacando a bola como num jogo de sinuca. No épico dérbi de setembro de 2009, ele criou o gol para Owen. Mentalmente forte e ainda decisivo, Giggs desfruta seus 37 anos como nenhum outro jogador de linha no mundo.

Autor: Daniel Leite

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