Munique,6 de fevereiro de 1958...53 anos após o desastre!!

A TRAGÉDIA QUE A INGLATERRA NUNCA ESQUECERÁ
Passam hoje 53 anos sobre o dia mais negro da história do Manchester United. A 6 de Fevereiro de 1958, no aeroporto de Riem, em Munique, onde faziam escala, para o regresso a casa, depois de terem ultrapassado o Crvena Zvezda, de Belgrado, numa das eliminatórias a contar para os quartos de final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, depois de um empate a três bolas, resultado suficiente perante a vitória caseira, no encontro da primeira-mão, por 2x1, os Busby Babes, cognome dessa lendária equipa do Manchester United, que era bi-campeã de Inglaterra, onde dominava, e muito comentada no velho continente, pelo futebol sofisticado que apresentava, tida como a maior ameaça para quebrar a hegemonia do Real Madrid, que procurava o terceiro título consecutivo, acabariam a sua saga, da forma mais trágica.

Más condições atmosféricas, duas tentativas de levantar voo abortadas e uma terceira que se revelou fatal para 22 dos tripulantes do avião que transportava a comitiva do Manchester United, incluindo sete dos seus jovens jogadores, com o embate do Airspeed Ambassador numa casa adjacente à zona do aeroporto, envolvendo-se em chamas de seguida. O capitão da equipa Roger Byrne, Eddie Colman, Mark Jones, David Pegg, Tommy Taylor, Geoff Bent e Liam Whelan pereceram no acto. Duncan Edwards, 21 anos, o mais talentoso dos Busby Babes e um dos melhores jogadores da época em Inglaterra, pela qual contava já 18 internacionalizações, faleceria duas semanas depois, na sequência dos graves ferimentos sofridos no desastre aéreo. Salvaram-se Matt Busby, o treinador, Harry Greg, Bill Foulkes, Bobby Charlton, Jackie Blanchflower e John Berry, embora os dois últimos tenham visto terminar aí, na sequência do desastre, as suas precoces carreiras.

Devastado, o Manchester United acabou por ser facilmente eliminado da Taça dos Clubes Campeões Europeus, nas meias-finais, às mãos do AC Milan, com um saldo de golos de dois para cinco, não obstante ter dado uma resposta positiva no jogo da primeira-mão, que venceu (o primeiro jogo europeu, após a tragédia de Munique), por 2x1. Internamente, os Red Devils, com uma equipa reconstruída por emprestados e jovens dos seus escalões de base, arrastaram-se até final de um campeonato, em que eram terceiros, a seis pontos do Wolverhampton Wanderers, à 28ª jornada, que se jogou a 1 de Fevereiro de 1958, e que acabariam em nono lugar, com apenas mais uma vitória, cinco empates e oito derrotas desde a tragédia até ao final da competição.

Sir Matt Busby conseguiu recuperar dos graves ferimentos que sofreu em Munique e voltou ao comando do Manchester United para recuperar a auto-estima da equipa e dar-lhe uma nova alma, que honrasse os seus antecessores, conseguindo o feito extraordinário de a tornar a sagrar campeã inglesa em apenas sete anos, após Munique, e campeã europeia de clubes, pela primeira vez na sua história, em dez anos, com aquela outra fabulosa equipa do último Busby Babe, Bobby Charlton, de Dennis Law, George Best, entre outros.



Entre os sobreviventes Bobbby Chalton, que, em 1966, voltou a sorrir quando no estádio de Wembley, foi o grande destaque no Mundial vencido pela Inglaterra.
Até hoje a tragédia não foi esquecida. No aeroporto de Riem há um grande memorial e várias homenagens ocorreram no aniversário de 50 anos do acidente, em 2008. Uma delas no jogo contra o Manchester City no dia 10 de fevereiro no qual, o United entrou com um uniforme baseado no que era usado pelo time na época do acidente. Além do "jogo-homenagem", Old Trafford também presenciou a homenagem oficial e antes do jogo, mais de 75 mil pessoas fizeram um minuto de silêncio.


  


Relembre...






O avião Airspeed Ambassador - prefixo G-ALZU - em Munique antes do acidente

Após a queda, o avião queima na região da Baviera, próximo a Munique
Placa em memória dos jogadores falecidos no desastre aéreo de Munique, no estádio Old Trafford 

O que sobrou do bimotor Airspeed Ambassador




Nunca serão esquecidos 


Roger Byrne, 28 anos

Se Tivesse voltado vivo para Manchester, Roger Byrne teria descoberto que sua mulher, Joy, estava esperando o primeiro filho do casal. Roger, mancuniano through and through, era reconhecido como um dos mais completos defensores do país, tendo atuado 33 vezes consecutivas pelo Englsih Team. Nada mal para quem um dia foi informado que não era bom o bastante para jogar pelo time da força aérea. Oito meses após o acidente, Roger Jr nasceu.


Billy Whelan, 22 anos
Whelan fazia parte da seleção irlandesa e foi para o United da sua equipe amadora, Home Farm. Atacante que atuava mais pelo meio, tinha grande poder de finalização, marcando 43 gols em 79 partidas da liga, embora não tenha sido titular no fatídico confronto contra o Red Star. Quando o avião perdeu o controle, a história conta que ele se inclinou na direção de Albert Scanlon e disse as palavras: "Albert, este é o fim, mas estou pronto".


Tommy Taylor, 26 anos
Alto e poderoso centroavante, Tommy Taylor era visto como o sucessor natural de Nat Lofthouse no English Team. Em 19 partidas pela seleção, anotou 16 gols, o que levou o Milan a fazer uma oferta recorde de 650 mil libras por ele. Sir Matt Busby se recusou a vender o jogador que havia comprado cinco anos antes do Barnsley. Na época, a transação foi recorde: 29.999 libras. Busby não queria que o garoto de Yorkshire carregasse o peso de ser o primeiro jogador de 30 mil libras, então ele deu 1 libra de gorjeta para a tea lady. Taylor telefonou para sua noiva, Carol, antes do acidente, dizendo que estava voltando para casa para tomar um pint de Guinness e ouvir alguns discos com ela.


Duncan Edwards, 21 anos
Duncan Edwards era, sem sombra de dúvida o astro do Manchester United e, em termos de estilo e habilidade, o Roy Keane de sua época. "Ele era o jogador que me fazia sentir inferior", disse Sir Bobby Charlton, "Se tivesse que jogar pela minha vida e tivesse que escolher alguém para atuar comigo, seria ele". Edwards sofreu lesões internas devastadoras e os médicos disseram que qualquer homem morreria em algumas horas. Ele sobreviveu por 15 dias. Edwards lutou com a mesma bravura que atuava com a camisa dos Red Devils mas morreu de colapso dos rins. Nascido em Dudley, se juntou ao United em 1952 e após ser incorporado ao elenco profissional aos 16 anos, foi convocado para a seleção inglesa pela primeira vez aos 18 anos. "Ele jogou com tremenda alegria e isso impulsionou todo o English Team", disse Walter Winterbottom, no dia em que o jogador morreu.


Mark Jones, 24 anos
Jones, como Tommy Taylor, era outro forte e sem medo rapaz de Barnsley, o tipo de zagueiro para o qual a palavra "descompromissado" poderia ter sido inventada e reconhecido como um dos melhores cabeceadores de sua época. Ele trabalhava como aprendiz de pedreiro quando United lhe deu a chance de jogar. Estreou na equipe profissional aos 17 anos. Sua esposa, June, esperava o segundo filho do casal quando aconteceu a tragédia. Lynne nasceu em junho de 1958.


Eddie Colman, 21 anos
Após ter sido visto jogando pelo Salford Boys, foi a vítima fatal mais jovem do desastre de Munique. Morreu aos 21 anos e três meses. Depois de atuar pelo time que venceu a FA Youth Cup três anos seguidos, fez a estréia na equipe principal aos 19 anos e fez 107 partidas pelo United. Anotou dois gols. Era afetuosamente conhecido como "Shakehips" pelo público de Old Trafford, pelo seu trademark jogo de corpo para enganar os marcadores.


George Bent, 25 anos
Outro jogador nascido em Salford, não era titular e talvez nem estivesse no vôo se Roger Byrne não tivesse sofrido uma contusão na partida anterior, contra o Arsenal. Bent, que chegou ao United imediatamente ao deixar a escola mas só atuou 12 vezes, foi chamado como precaução e sequer entrou em campo contra o Red Star. Sua morte deixou a esposa, Marion, sozinha para criar a filha, Karen.


David Pegg, 22 anos
Um dos primeiros pin-up boys, era um estiloso winger cuja habilidade para causar problemas até os mais ferozes marcadores fez, famosamente, o Real Madrid contratar um marcador apenas para enfrentá-lo. Pegg, de Highfields, perto de Doncaster, era esperado para tomar o lugar de Tom Finney na seleção. Mas no momento da partida, ele tinha perdido o lugar no time para Albert Scanlon. 
              


 

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